Obras do acervo da universidade revelam as relações entre intelectuais e artistas da modernidade e um dos fundadores da política nacional de preservação do patrimônio cultural.
Inaugura nesta terça-feira, dia 11 de abril, a mostra ‘Minas, Memória Moderna’, com obras e manuscritos que revelam conexões entre intelectuais e artistas da modernidade artístico-cultural brasileira e o trabalho do jornalista, advogado e escritor, Rodrigo Mello Franco de Andrade. A exposição ficará no Museu Casa Padre Toledo, com visitação de terça a domingo.
Realizada pelo Campus Cultural UFMG em Tiradentes e pela Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, a exposição reúne obras de arte, documentos, bilhetes e fotografias que pertencem ao acervo da Fundação e permitem entrever as interseções entre a biografia de Rodrigo – primeiro dirigente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – e a modernidade brasileira.
“As obras e documentos reunidos nesta exposição, provavelmente pela primeira vez exibidos em conjunto, pertencem à Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, instituição criada em 1970, cujo desejo de seus instituidores era contribuir com a preservação do patrimônio histórico da cidade de Tiradentes, em Minas Gerais. Nada mais acertado do que ter o nome da Fundação como uma homenagem a um dos mais relevantes agentes da cultura brasileira no século XX, cuja trajetória é marcada pela defesa incansável do patrimônio histórico da cidade de Tiradentes e do país e sua promoção”, destaca a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida.
À frente do órgão de 1937 a 1968, Rodrigo Mello Franco de Andrade participou do que ficou conhecido como a fase heróica do Iphan, já que além de contribuir para o fortalecimento da instituição, também foi necessário estabelecer uma série de medidas para preservar o patrimônio histórico e cultural do Brasil. Ele recebeu o apoio e colaboração de importantes nomes brasileiros, entre eles, alguns que figuram na exposição, como Guignard, Carlos Scliar, Edson Motta, Portinari. Além de obras desses artistas, também será possível ver bilhetes e manuscritos de Lúcio Costa, Carlos Drummond de Andrade.
“A Fundação reuniu, a partir de doações, um acervo diversificado, hoje conservados em Tiradentes e em Belo Horizonte sob guarda do Espaço Acervo Artístico UFMG. Reunindo-os, o que aqui se revela é o caráter de trabalho, de obra em sentido lato, do impulso de modernização pelo qual atravessava o Brasil entre as décadas de 1920 e 1960. Das muitas figuras aí contidas, Rodrigo é talvez a mais rotineira e menos aparente”, afirma Verona Segantini, presidente da FRMFA e coordenadora geral da exposição.
A Fundação
Recém credenciada como fundação de apoio à cultura da universidade, a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade existe desde a década de 70, quando foi instituída com o objetivo de preservar imóveis e bens dotados de valor histórico, cultural e artístico em Tiradentes. Em 1997, a presidência do Conselho Curador da FRMFA foi transferida para a Universidade Federal de Minas Gerais, que passou a contribuir de forma sistemática para a recuperação e conservação do patrimônio de Tiradentes, que congrega um registro histórico singular de fundamental importância para a compreensão da identidade e da memória nacional.
Serviço
Exposição ‘Minas, Memória Moderna’
Abertura | 11/04 (terça-feira), às 10h
Visitação | de terça a sexta, 9h-17h, sábado, 10h-19h e domingo, 9h-17h
Local | Museu Casa Padre Toledo (R. Padre Toledo, 190, Centro – Tiradentes – MG)